segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ele ficou pensando em todas as folhas secas caídas , espalhadas pelo chão da ponte acima do mar e se lembrou dela. Lembrou-se o quanto havia sido infiel e que suas últimas palavras foram exatamente as que ele jamais deveria ter dito. De todas as brigas terríveis e depois de todas aquelas decepções ele sabia que havia desorganizado de maneira completa tudo o que construiu em seis anos. Seis anos de lutas, provas de amor e sobrevivência, cumplicidade e um incrível sentimento de compatibilidade integral com um  outro alguém. Coisas e sensações que pessoas morreriam para sentir correr em suas veias e explodir  em seus corações. E ele tinha isso. Mas havia perdido por estar perdido nele mesmo. Egocêntrico, narcisista e sofista. Ele nunca havia sido o herói desta história. Agora não seria diferente. A verdade é que Arthur havia perdido a garota por ter errado de todas as maneiras que alguém poderia errar. E lá estava ele. Parado. Contemplando o mar imponente logo abaixo de seus pés. Pensou em todas aquelas folhas secas caídas. Acendeu um cigarro. E pediu coragem para cumprir a decisão que havia acabado de tomar. Fechou os olhos, sentiu o vento esvoaçar seus cabelos e deixou a água fria do mar levar embora toda sua dor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário